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Confira os highlights da 27ª edição carioca da mostra de decoração mais badalada das Américas | Italian Leather

Considerado o maior gentlemen do Planeta Décor por 11 a cada 10 arquitetos (e jornalistas, como este que vos escreve), o antiquário Arnaldo Danemberg resumiu bem o espírito da 27ª edição da Casa Cor Rio: “Esse piso de concreto aparente é a metáfora do que estamos vivendo aqui, um tempo de olhar para frente e reconstruir”, diz se referindo às estruturas aparentes das circulações do edifício de Norman Foster que sedia a 27 ª edição da mostra.

Em uma edição com poucos erros, alguns perdoáveis, tipo os de proporção e excesso, outros, jamais – é inaceitável que num dos maiores países tropicais do mundo, com uma das biodiversidades mais ricas, profissionais de arquitetura ainda invistam tanto em plantas de plástico – a expo se apresentou rejuvenescida com a chegada de novos nomes. Estreiam, por exemplo, Luiza Bottino + Valeska Ulm, Hannah Cabral + Monique Pampolha e Bernardo Gaudie-Ley + Tânia Braida.

Como falamos no texto anterior a junção de escritórios já sedimentados em nome de parcerias produtivas, como Paula Neder e Nando Grabowsky, foi o grande pulo do gato. O apego do carioca pela boa arte também se manifestou com força, com aposta em novos nomes e antena para obras incensadas. A galeria assinada pela joint-venture de Bianca da Hora e Jacira Pinheiro, por exemplo, acionou Walmor Corrêa logo na entrada. Sem contar com o privilégio da vista panorâmica de seus vizinhos, fizeram uma limonada suíça com um limão e duas obras da Varejão.

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Injetar conteúdo contemporâneo, contundente e sem sensacionalismo ou apelação numa mostra de décor, não é tarefa fácil. Fazer tudo isso em uma cena palatável e sem pirotecnias, é ainda mais difícil. O projeto do Studio Roca, cujo nome foi extraído das iniciais de seus fundadores, Carlos Carvalho e Rodrigo Béze, ganha o apoio de mais uma prancheta, o arquiteto Caio Carvalho, para se destacar como um dos favoritos desta edição da Casa Cor (para mim, o primeiro lugar é deles, em empate técnico com Paola Ribeiro). Com uma recepcionista trans, a bela Joh, dando as boas-vindas aos visitantes, o loft imaginado para um casal (dois homens, duas mulheres ou um homem e uma mulher) recebeu a alcunha de Loft (U), de “Undefined”. O ponto de partida, meio industrial, foi o próprio edifício de Norman Foster, com suas estruturas aparentes. Por lá os arquitetos fizeram uma combinação de quarto, estar e cozinha com pouquíssimas divisórias, em ferro e vidro canelado (em diferentes texturas e padrões), com uma caixa preta (de vidros aramados) comportando o banheiro. O mobiliário, da Líder, ganhou twist cheio de borogodó com combinações “descombinadas”, em que cada cantinho convidava a uma selfie. Em ambiente tão original, a única derrapada – perdoadíssima – talvez tenha sido o uso de uma obra de Adriana Duque que, embora fabulosa, ninguém aguenta mais ver (só na Casa Cor, já deu pinta em, pelo menos, seis edições). Mas quase dá para esquecer que ela tá ali, tamanho o espetáculo da ambientação dos meninos. Foto Denilson Machado (MCA Studio)

SPA Deca (Paola Ribeiro)

A carioquíssima Paola Ribeiro sintetiza, com a maestria reservada somente aos que converteram conhecimento teórico em experiência prática, a identidade brasileira no décor. Seu SPA criado sob medida para a Deca comove quem por ali passa: logo de cara, na recepção, uma poltrona Esfera, clássico de Ricardo Fasanello, desponta em branquidão absoluta, revestida em tecido feito a partir de toalhas de banho – funcionalidade à toda prova + design de autor em um único ato (o recurso das toalhas, aliás, ganha todos os estofados e sobe em cortinas cheias de graça). As torneiras da Deca surgem encapsuladas em caixas de acrílico como se fossem obras de arte dentro de um museu – vertem quilos de areia, são ampulhetas conceituais que profetizam tempos áridos. A única água disponível no espaço se encontra poeticamente aprisionada nas fotografias de Thomas Baccaro que habitam as paredes. Carioca da gema é assim mesmo: faz crítica sócio-político-ambiental disfarçada de ambiente high décor. Adentro, no lugar de grifes internacionais de cosméticos que prometem a fonte da juventude, uma farmácia de chás naturais envasados em frascos laboratoriais – a ciência dos saberes indígenas ancestrais em fórmulas prontas para aquecer o corpo e acalentar a alma. As camas de massagem remetem ao Oriente ao se apresentarem na forma de tatames pelo chão, mas tudo sem interferir na circulação do espaço, que conta ainda com mesa de refeições escoltada por pendentes-origami e que descortina o desconcertante Rio de Janeiro (que, sim, continua ainda mais lindo quando visto das janelas de Norman Foster). Na área externa, Paola entrega outro presente de mão beijada: o único espaço verdadeiramente paisagístico da Casacor Rio, pontuado por uma exuberância tropical de folhagens e texturas verdes dispostas em vasos, alturas e espécies mil. Um espetáculo sensorial – esse é o Rio de Ribeiro. Foto Denilson Machado (MCA Studio)

Loft Cosmopolita (Alessandro Sartore, Arthur Falcão, Fabiana Gonçalves e João M. Schiewe)

Ícones da mobília bossa-nova integram o loft criado pelos profissionais que optaram por isolar as paredes do empreendimento e concentrar sua criação no centro do espaço, dividido entre living e suíte. A ilha central é determinada pela mega estrutura construída a partir do teto, com iluminação embutida para efeito cênico extra. Entre os highlights, sofá Isay (de Isay Weinfeld), a poltrona 3 pés (de Lina Bo Bardi) e a cadeira Oscar, em madeira e palhinha, assinada por Sergio Rodrigues. Foto André Nazareth


Observatório (David Bastos)

Em 140 metros quadrados de área externa, o baiano David Bastos imprime sua identidade altamente autoral na Casacor Rio. O mirante arquitetônico é, na real, uma varanda tropical típica, paramentada por móveis multifuncionais: chaises, namoradeiras, sofá em L, pufes e mesas de apoio, além de uma mesa para cafés – da manhã ou da tarde. Um espaço pensado, nitidamente, para promover o convívio entre as pessoas. O paisagismo é pontual, porém vultoso em suas folhagens maximalistas, e ganha ainda mais força com os móveis assinados pela italiana Paola Lenti – blocos de cores sóbrias em contraposição a outras cítricas. A cara do Rio, a cara do Brasil. A cara do David – e a nossa cara também. Foto André Nazareth

Lobby (Gisele Taranto)

Em seu composê mínimo com sóbrio jogo colorimétrico, Gisele Taranto remixa materiais distintos para um efeito final único: pedras exóticas do Brasil no piso e, sobre as paredes, granito branco com detalhes em preto. Outros materiais entram em cena para trazer diferentes texturas visuais e sensações térmicas, caso dos painéis de chapa de alumínio frisada na cor chumbo ou do veludo preto e chumbo, do couro preto e do vidro e tecidos aplicados em alguns dos mobiliários. Nomes poderosos do circuito nacional figuram por aqui, com destaque para Oscar Niemeyer. De resto, se apropriou mesmo foi da vista. Foto André Nazareth

Ilha Alta (Mario Santos)

Em um espaço de 140 m², Mario Santos construiu um loft dentro de brises de madeira ecológica móveis, para não desperdiçar a vista. A ideia foi criar um ambiente acolhedor e ao mesmo tempo que permitisse aproveitar a vista do Rio. Esse loft poderia ser usado por um jovem ou adulto que viesse a trabalho ou passeio, mas também por um carioca. “Há uma movimento de migração dentro da própria cidade”, diz Santos. Um dos maiores espetáculos visuais da mostra é garantido por ele, com a projeção da piscina em raia única com nadadores que interagem com os visitantes.Foto André Nazareth

Atrium (Ivan Rezende)

Outro que recorreu ao mais essencial minimalismo, Ivan Rezende decidiu trabalhar com a escala do mobiliário, preservando o projeto existente. Assim, dispõe no espaço os bancos da linha Porto, de sua autoria, que usam granitos brasileiros com a tecnologia SlimStone. Ivan lança também, no Atrium, a linha de cachepôs Japa, em madeira pinus queimada de acordo com uma técnica japonesa de enegrecimento para preservar a madeira. A natureza será a arte em seu espaço. “A partir do trabalho que fiz para o Museu do Amanhã − desenho de mobiliário e interiores de vários espaços − criei um elo com a Região Portuária e passei a ter um olhar amplo sobre esta área da cidade”, diz o arquiteto.Foto André Nazareth


Pool Lounge (Fabio Bouillet e Rodrigo Jorge + Karyne Lima e Guiherme Portugal)

Um ambiente despojado, com cara de hotel, onde os visitantes podem tomar drinques, curtir shows e usufruir de um terraço com vários tipos de lazer: bate-papo, hidro, piscina, balanço etc. O foco do projeto, com 340m² de área externa e 80m² de área interna, está na pureza dos formas – sem ser simplista. Para desenvolver o Pool Lounge, os arquitetos Fabio Bouillet e Rodrigo Jorge se uniram ao escritório de paisagismo de Karyne Lima e Guiherme Portugal, focando no convívio entre as pessoas e na interação com a natureza – hábitos essenciais e um pouco esquecidos nessa era digital. Assim, na área externa, há muito verde e espaços de estar. Um dos diferenciais do projeto está nos vários níveis criados pelas piscinas. Na parte interna, o lounge tem linguagem bem contemporânea, com revestimentos mais brutos − paredes em madeira, piso cinza e, na parte do bar, os arquitetos criaram uma “cápsula” escura: teto rebaixado e paredes pintadas de preto tornam o ambiente bem intimista. Foto André Nazareth


Estúdio do Escritor (Caroline Taveira, Mariana Barbosa e Barbara Schwartz)

Um espaço mutante, que pode variar de acordo com o humor de seu habitante, um escritor de literatura fantástica. Assim, o projeto do estúdio, com quarto, living, cozinha e banheiro integrados, permite a liberdade criativa, começando pelo sofá modulado, o agente primordial para a mudança do espaço. Ele pode funcionar de maneira agrupada, caracterizando a introspecção, ou de forma espalhada, a fim de priorizar o convívio social com os amigos, entre outras composições. A decoração revela inspiração do estilo escandinavo, com algumas misturas do antigo com o moderno. Obras de arte do britânico Rubem Ireland, que utiliza técnicas digitais e tradicionais para suas composições, inspiradas por seres mitológicos da floresta e mulheres, compõem o espaço. Outras referências de fotografia estão conectadas a histórias do Porto e as viagens que o autor faz para buscar referências para suas próprias histórias. Foto André Nazareth


Espaço Tempo – Luiza Bottino e Valeska

Quem disse que não dá para ter aula de história no décor? Inserida num circuito histórico e arqueológico da cidade, a Casacor apresenta alguns ambientes que recontam um pouco sobre um outro tempo. Um exemplo desse conceito é o espaco Tem.pó, onde a narrativa da dupla estreante Luiza Bottino e Valeska Ulm brota a partir do diálogo entre o passado e presente, com peças de antiquariato carregadas de histórias que refletem os modos e os costumes de uma outra época. Foto Denilson Machado (MCA Studio)

Cinema + Arte – Bianca da Hora e Jacira Pinheiro

Casa Cor Rio de Janeiro 2017
Período: de 24 de outubro a 30 de novembro de 2017/de terça a domingo, das 12h às 21h
Local: AQWA Corporate – Via Binário do Porto, 299, Porto Maravilha. T (21) 2512 2411/964 322 494
casacor.abril.com.br/mostras/rio-de-janeiro | @casacorrio_oficial

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